Desde que te mantenhas adormecido num véu delicado e fino de sono melancólico, voarás.
Não ouses acordar, ou desces pelo abismo, de encontro à morte que te ama. (Ela abraça-te por uma única vez!)
Caí.
Será que o mundo parou?
O sol mantém-se lá no topo, e cobre-me com uma onda de calor asfixiante e insuportável que me seca o sangue.
As estrelas mantêm fixas no céu, como lembrança atormentada dos pecados e prazeres passados a que renunciei (E quantos foram!).
Caí.
Apoderas-te da minha boca, como se fosse da tua posse.
Apenas porque a morte está premonitada, essa mesma gélida e bela criatura, amante de uma só noite.
O terror esquiço do teu coração reflecte-se na tua língua inquieta, que, tal como uma serpente, me envenena os vestígios escassos de pureza e liberdade.
Caí.
Agora abraças-me como a uma lâmina, que me perfura continuamente o peito;
este, repleto de beijos teus, grita.
Beijas-me enquanto me esvazio em sangue, no centro místico desta planície atormentante.
E todos os meus sonhos se despedaçaram.... Com uma queda.
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